Esse tal de Guia Alimentar

Quem nunca chegou cansado em casa, ou simplesmente sem ânimo para cozinhar. Geralmente nessas horas queremos comer algo rápido e fácil, daí pra muitos a primeira coisa que vem na cabeça é "Ah vou pedir um ifood delivery mesmo, só um dia não mata" ou "deixa eu pegar aquela lasanha congelada mesmo" Ok uma vez por outra pode até ser, mas o problema é quando isso se torna uma constante em nossas vidas. Colocando na ponta do lápis o que se gasta com delivery e o quão mal isso faz para a nossa saúde, nos faz pensar duas vezes antes de pegar o telefone ou ligar o micro-ondas. 

Pensando no quão industrializada anda nossa alimentação em 2014 o Brasil lançou um documento bem interessante (uma atualização na verdade) que tem como ponto principal mostrar a população o que devemos comer para levar uma vida saudável. Esse documento é o Guia alimentar populacao para a brasileira, foi desenvolvido para ser de fácil entendimento e acesso a população de forma geral.

Guia esse bastante elogiado por profissionais de saúde e ligados a alimentação de forma geral no mundo inteiro, inclusive o badalado jornalista americano Micheal Pollan disse estar surpreso em como o governo brasileiro desafiou a grande indústria de alimentos com a publicação do guia. 

Abro um parênteses aqui para falar que se você não conhece o Pollan deveria. Não só porque eu gosto dele e estou falando, mas ele é um escritor/jornalista/ativista americano que tem uma visão muito bacana sobre alimentação. Tem vários livros publicados na área e uma minissérie bem legal no netflix (ainda faço um post aqui sobre ela). Pollan é um ativista da alimentação natural, do "cooking from scratch" ou em português cozinhar do zero.

A questão é que o mundo está enfrentando uma epidemia doenças crônicas não transmissíveis (doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doença respiratória crônica e obesidade) que mata em torno de 16 milhões de pessoas por ano, segundo os dados da OMS. Logo é uma ótima ideia ensinar nossa população a comer bem não é? Infelizmente não conheço muitas pessoas fora do eixo saúde-gastronomia que estejam muito a par do guia. De forma geral é uma ideia simples e todo mundo pode ajudar a disseminar, consiste em basicamente “comer comida de verdade”. Bom no guia os alimentos são divididos em categorias sendo elas:

Alimentos in natura, frescos ou minimamente processados: São obtidos diretamente de plantas ou de animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. Em resumo são os ingredientes que conhecemos como arroz, feijão, frutas, hortaliças, carnes, ovos, massas frescas, macarrão (quando feito de água e farinha) grãos, leite, iogurte (sem açúcar), chá, café, água e outros.

Ingredientes Culinários: Substâncias usadas em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar os alimentos. Exemplos são óleos, gorduras, sal e açúcar e manteiga.


Alimentos processados: Sofreram adição de ingredientes culinários ou passaram por algum processamento  para torna-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. São produtos derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais. Exemplos destes são vegetais em conserva, extrato ou concentrados de tomate, frutas em calda ou cristalizadas, carne seca, toucinho, enlatados, queijos e pães (feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal).

Alimentos ultraprocessados: Tudo aquilo que é muito processado pela indústria. Evite alimentos Ultraprocessados! Exemplos são biscoitos, balas, sorvetes, salgadinhos, sopas, macarrão e temperos instantâneos, refrigerantes, pratos prontos congelados, pizzas, hambúrgueres, nuggets, salsicha, pães, bolos e produtos de panificação (que tenham como ingredientes emulsificantes, gordura hidrogenada ou outros aditivos) entre outros.



Ok, o que eu quero dizer com tudo isso. Para fazermos nossas escolhas tendo em mente que a base da nossa alimentação deve ser ingredientes, produtos in natura e não produtos alimentícios. Entendo perfeitamente que seja difícil essa mudança, principalmente para os que estão acostumados com um mundo de açúcar, sal e aditivos em seus paladares. Mas ela é possível e você não precisa tomar apenas suco verde e comer quinoa (apesar de eu indicar que se experimentem esses alimentos). 

Podemos começar de forma simples lendo os rótulos no supermercado, escolhendo o que possuem menos aditivos. Você vai se surpreender pela diferença de fórmulas do mesmo produto. Comece com passos de formiga e aos poucos vá se acostumando a comer melhor. Quem sabe daqui a algum tempo estamos fazendo nosso próprio pão e iogurte.

Minha ideia é fazer uma série de posts voltadas para o que se chama por aí de “fast good”, comida saudável e gostosa (porque isso é muito importante né) que fica pronta em poucos minutos. Dai se preparem para ver bastante couscous marroquino, quinoa, “risoto fake” e outros para os dias de absoluta preguiça.

O guia nos incentiva a voltar a cozinhar, acredito que esse realmente seja o caminho. Afinal não há jeito melhor de saber o que tem no nosso prato.





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